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mercredi 13 mai 2015

ABRIL CONTINURÀ CINZENTO.




Num Abril não muito distante, brindou-nos o Pr. da Republica com um discurso informando os Portugueses que somos um Estado pobre. O Dr. Cavaco auscultou o pais e o diagnostico é sem ambiguidades: somos uns coitados.
Pensava eu que com pib  per capita igual a metade do que ostentam os nossos vizinhos, (eu olho para o Norte não para o Leste, ) o mal era crónico, mas oxalá não seja bem assim. Mas... e é muito grave, Doutor?
Certo governo  tinha diagnosticado o estado de tanga, mas agora ficamos completamente nus.  Consta que se os pobres empobrecem, há ricos que enriquecem. Ora se os ricos  progridem, Aida bem, sempre há quem pague meio-quartilho, se a miséria dos pobres aumenta, estamos mal; e não há por ai um ministério mais rico onde se possam “roubar “ uns cobres? É certo que não se combate a fome e a delinquência com aviões de caça ou submarinos, mas também não se pode dar uma “Play Station” a cada um dos nossos Generais. E em que ficamos?
Propunha o Sr. Pr. um pacto entre os partidos. Convide pois todos eles; convide os empresários e os empregados; os filósofos e os agricultores; os inteligentes e os idiotas; convide-os a todos, mas que cada um pague o seu almoço. Diga-lhe que mais tarde ou mais cedo ( mais tarde que cedo, evidentemente, talvez se deva imaginar um modelo de sociedade mais justo onde os ricos enriqueçam e os pobres desempobreçam.
Segundo certas “más-línguas ” sempre as mesmas, Sr. Pr.  há por ai certa Senhora politica que depois de ter trabalhado dez anos se reformou aos quarenta e dois, mas isso é mentira, um homem como você  não admitiria tanta injustiça, ou será que lá pelas Índias copiamos a sociedade de castas, e pela América Latina, a Republica daqueles frutos em forma de virgula?
Vista a situação sob certo prisma, os pobres são todos uns tesos: não têm lá um bom tinto e um bom presunto para V. Exas. Eu cá, falo por mim; um copo de morangueiro e umas sardinhas pescadas quem sabe na semana passada, ( eu moro muito longe do mar, sabe Sr. Pr. ?) Talvez  se pudessem arranjar, o resto não, custa para cima de um dinheirão, e se os cá tivesse eram para mim. Certo menino do campo, passava um dia junto a um formigueiro e admirado, porque as formigas passavam a vida a trabalhar, elas responderam: MEU MENINO SO MANDUCA NESTA VIDA QUEM TRABUCA.
Há dias o Senhor andava muito triste, e tem chorado muito? Eu também ando muito triste, se não choro, não é por falta de vontade.
Cante agora comigo Sr. Pr.

Esta noite, eu chorei tanto
Sozinho, sem ter um bem
Por mais uma pensão toda a gente chora
Por mais uma coisa que nem toda a gente tem
Eu por cá vivia tranquilo, mas preferia não dar nada a ninguém.

E o Sr. P. Ministro também anda muito triste não obstante o seu carro novo? E os Deputados e Ministros também andam tristes?
Cantemos todos um bocadinho.

Encosta tua cabecinha
No meu ombro e chora
E conta tuas magoas todas
Para mim.
Que quem chora no meu ombro
Eu juro que não vai embora
Que não vai embora
Que não vai embora.

António S. Leitão.