Quando era pequenina
Nem podia suportar
O peso das borboletas
Que em mim queriam poisar...
Me poderia arrancar.
Fui crescendo a pouco e pouco...
E o tempo sempre a girar,
Fez de mim este gigante
Tamanho, que faz pasmar!
Tão grossa, rija, aprumada,
Já pouco posso durar...
Já vejo alem o machado
Com que me vão derrubar.
Já vejo os dentes da serra
Com que me querem serrar.
Um navio para o mar?
Um simples carro de bois
Para o trigo transportar?
Um grande portão de quinta?
Uma trave de lagar?
Talvez soalhos de casa
Onde os noivos vão noivar...
Talvez arca de moleiro
Para o grão arrecadar...
Talvez caixão.. talvez berço
Serei talvez isso tudo...
E depois? Em que hei-de dar?
Gira o tempo gira a vida
E tudo sempre a girar
Quem sabe lá os destinos
Que deus tem para nos dar.
Maria Lúcia.
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