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dimanche 19 juillet 2015

Paris.

Vista parcial da Biblioteca F. Mitterrand. (foto net.
Champs Elysées. (Foto net.)
Torre Eifel.( Foto net.)
Biblioteca F. M. (foto autor).
Idem. (foto autor.)
 Jardim vertical. (Foto autor.)

mercredi 13 mai 2015

ABRIL CONTINURÀ CINZENTO.




Num Abril não muito distante, brindou-nos o Pr. da Republica com um discurso informando os Portugueses que somos um Estado pobre. O Dr. Cavaco auscultou o pais e o diagnostico é sem ambiguidades: somos uns coitados.
Pensava eu que com pib  per capita igual a metade do que ostentam os nossos vizinhos, (eu olho para o Norte não para o Leste, ) o mal era crónico, mas oxalá não seja bem assim. Mas... e é muito grave, Doutor?
Certo governo  tinha diagnosticado o estado de tanga, mas agora ficamos completamente nus.  Consta que se os pobres empobrecem, há ricos que enriquecem. Ora se os ricos  progridem, Aida bem, sempre há quem pague meio-quartilho, se a miséria dos pobres aumenta, estamos mal; e não há por ai um ministério mais rico onde se possam “roubar “ uns cobres? É certo que não se combate a fome e a delinquência com aviões de caça ou submarinos, mas também não se pode dar uma “Play Station” a cada um dos nossos Generais. E em que ficamos?
Propunha o Sr. Pr. um pacto entre os partidos. Convide pois todos eles; convide os empresários e os empregados; os filósofos e os agricultores; os inteligentes e os idiotas; convide-os a todos, mas que cada um pague o seu almoço. Diga-lhe que mais tarde ou mais cedo ( mais tarde que cedo, evidentemente, talvez se deva imaginar um modelo de sociedade mais justo onde os ricos enriqueçam e os pobres desempobreçam.
Segundo certas “más-línguas ” sempre as mesmas, Sr. Pr.  há por ai certa Senhora politica que depois de ter trabalhado dez anos se reformou aos quarenta e dois, mas isso é mentira, um homem como você  não admitiria tanta injustiça, ou será que lá pelas Índias copiamos a sociedade de castas, e pela América Latina, a Republica daqueles frutos em forma de virgula?
Vista a situação sob certo prisma, os pobres são todos uns tesos: não têm lá um bom tinto e um bom presunto para V. Exas. Eu cá, falo por mim; um copo de morangueiro e umas sardinhas pescadas quem sabe na semana passada, ( eu moro muito longe do mar, sabe Sr. Pr. ?) Talvez  se pudessem arranjar, o resto não, custa para cima de um dinheirão, e se os cá tivesse eram para mim. Certo menino do campo, passava um dia junto a um formigueiro e admirado, porque as formigas passavam a vida a trabalhar, elas responderam: MEU MENINO SO MANDUCA NESTA VIDA QUEM TRABUCA.
Há dias o Senhor andava muito triste, e tem chorado muito? Eu também ando muito triste, se não choro, não é por falta de vontade.
Cante agora comigo Sr. Pr.

Esta noite, eu chorei tanto
Sozinho, sem ter um bem
Por mais uma pensão toda a gente chora
Por mais uma coisa que nem toda a gente tem
Eu por cá vivia tranquilo, mas preferia não dar nada a ninguém.

E o Sr. P. Ministro também anda muito triste não obstante o seu carro novo? E os Deputados e Ministros também andam tristes?
Cantemos todos um bocadinho.

Encosta tua cabecinha
No meu ombro e chora
E conta tuas magoas todas
Para mim.
Que quem chora no meu ombro
Eu juro que não vai embora
Que não vai embora
Que não vai embora.

António S. Leitão.


dimanche 25 janvier 2015

I have a dream.


Havia já vários dias que do sul do Concelho se levantavam vozes a perguntar se a gente dali de cima não estaria a exagerar, e à primeira vista, não teriam completamente culpa, mas o acontecimento não era para menos.
Acontece que os foguetes estalejavam de tal forma que já parecia a Senhora dos Remédios. Eu explico-me.
Entre a povoação de Rãs e Souto de gulfar, a partir de um lugar chamado Rodela, havia antigamente um caminho pelo qual circulavam as pessoas a pé, e carros de bois, substituídos estes mais tarde por tractores, mas progresso ficaria por ai até que um dia tudo isso passaria à historia.
Depois de vencidas muitas reticencias e reunidos os fundos necessários meteu-se mão à obra, e uma verdadeira estrada permitia a circulação de quaisquer veículos entre Rãs, Souto, Romãs e carvalhal sem etc. sem problema, e era só o começo do empreendimento, porque um novo bairro de habitação começava a sair da terra junto à artéria que liga o Souto à Romãs, entre a N.S. da Ajuda e S. Bento,prevendo-se ir mais longe.
Não haveria mais terras incultas naquele triangulo entre “Rodela, Souto e “Anta”, não só porque cada moradia teria o seu quintal, mas porque as muitas e minúsculas propriedades fundir-se-iam reduzindo o numero, aumentando a dimensão, tornando possível e rentável a cultura mecanizada.
As terras excessivamente húmidas ou secas deixariam de ser problema, porque os lameiros foram drenados, e com a construção de lagos artificiais a agua em excesso seria retida e posteriormente utilizada na irrigação. Nos lagos foram introduzidos peixes para gáudio dos veraneantes que quisessem dedicar-se à pesca.
Dos pomares plantados colhiam-se os primeiros frutos, de entre os quais abrunhos moscatel como antigamente só havia na quinta da S.ra Marquinhas. Hum...
No vértice do triangulo, mais exactamente na Rodela, seria erigida uma capelinha. Foi proposto que lhe chamassem Senhora da Europa, porque a U.E. também participou no financiamento. (Que a Senhora da Ajuda não tenha medo, não haverá concorrência.)
Digam-me agora se um acontecimento desta natureza não merecia uma grande festa. Festa rija, festa grandiosa, festa inesquecível: os foguetes continuaram a estalejar: trau. tuuum, trau, tuuum... Vieram as bandas e as orquestras, o vinho - como diria José Cid, correu à farta - em suma, uma festa que ficaria na historia.
Quanto à estrada, estava uma obra de arte: De dia, observando as arvores plantadas de cada lado indicavam-nos a direcção da igreja de Romãs, dando-nos um vislumbre do que poderia ser a estrada do paraíso, à noite as luzes faziam-nos lembrar um imenso colar de pérolas doado por uma princesa qualquer.
Finalmente... Um sonho! E a propósito; desculpe leitor: foi apenas um sonho!

António S. Leitão.


mercredi 21 janvier 2015

Os Camponeses




Depois de tragado um frugal pequeno almoço, entro no meu quarto, enfio a minha sacola a tiracolo e dirijo-me para a porta do lado Norte, mas não tive tempo de a abrir, porque uma voz me interpela: dizendo: acabou a escola rapaz, agora vamos semear a erva.
Escassos dias antes tinha feito o único exame que naquele tempo acessível a cerca 80 por cento da população ou seja a quarta classe. Desprovida de qualquer conforto, inclusive de casa de banho era ai que aprendíamos a ler e a contar, e sob pretexto que tinha lá esquecido uma certidão, eu queria lá voltar, mas estava escrito: a escola tinha mesmo acabado mesmo para sempre e talvez por essa razão, trago quase sempre comigo um lápis e um papel, e quando vejo que alguém me pode ensinar qualquer coisa, sento-me no chão e pergunto: o minha senhora, quanto faz: 45+97+89?,mas é cada vez + difícil aprender quando se é idoso.
Quem observou de perto a vida do campo nos anos 50/60 deve ter verificado que quando o milho de lameiro estava crescido, nos os camponeses devíamos semear a erva a fim que esta germinasse com as primeiras chuvas, e quando cortávamos o milho, já a erva estava crescida.
Contrariamente à sacha que até dava para cantar, atupir a erva, era para mim uma autentica tortura. Quando sachávamos o milho nos cantávamos muito; a gente cantava assim:
Portugal foi invejado,
Por uma nação estrangeira,
Por verem as cinco chagas,
Ai morena...
Venham dai, senhoras da cidade; cantemos todos:
Portugal foi invejado...
Mas vocês não sabem sachar milho: arrancam-me as couves todas.
Ah!...
Era assim, prezadas senhoras; a terra dita de lameiro, devia alimentar não só os humanos, mas também os bovinos,ovinos, suínos e caprinos. Felizes os  galináceos da época que comiam couvinhas e milho e agora comem lixo.
Voltem cá mais tarde, eu ensino-lhes o resto da canção.
Depois de muito termos cantado, por vezes com vontade de chorar, chegava o fim do Verão e com ele  o fim dos trabalhos agrícolas e as célebres desfolhadas. A noite lá na eira homens e mulheres, rapazes e raparigas todos cantávamos o que sabíamos e como era tradição quando se encontrava uma espiga vermelho-escuro ou negrinha, como lhe chamávamos, abraçar todas as raparigas, mesmo se algumas eram reticentes e visto nesse tempo ser pecado, proibido, sacrilégio os jovens darem beijos e abraços, a desfolhada era uma pequena festa.
Depois de secos, arrumavam-se o milho e os feijões, o centeio, o feno e a palha já estavam arrumados desde Julho, os anciãos contemplavam a arcas cheias dizendo que pelo menos já não haveria fome naquele Inverno, mas se não houvesse outra fonte de rendimento, é fácil imaginar quão difícil era a vida no campo.

António S. Leitão.

mardi 20 janvier 2015

Esquerdo, direito...


ESQUERDO, DIREITO,ESQUERDO, ESQUERDO!

Já lá vão muitos anos, afirmou Sá Carneiro, que a politica do PS, era Social Democrata, e eu um pouco ingénuo, acreditei. Mais tarde afirmou Mário soares que o PC era um partido estalinista, e sem ser ingénuo acreditei. Mais tarde tivemos o governo do Bloco Central.
Vem agora o Dr. Costa dizer que o novo PS estaria mais próximo da extrema esquerda. (Belisquem-me, devo estar a sonhar.) Certos observadores emprestam-lhe a intenção de piscar à esquerda, e virar à direita, ou seja: pedir namoro à extrema esquerda, na esperança que o PSD. Ciumento lhe faça “olhinhos” convencido que finalmente  é bom rapaz, filho de boa gente, tem umas belgas, e porque não?!
Já não temos quinze anos, Caro Dr. Não temos idade para piscar o olho a todas convencidos que depois da tropa, ainda estamos a tempo de procurar a “parceira” ideal.
Andamos à deriva há muitos anos e é urgente encontrar um “timoneiro” que nos leve a bom porto antes que seja tarde.
Ingénuo como sempre, continuo a sonhar, não com um D. Sebastião, mas com um presidente que, excluindo os extremos, (não mais Tarrafais nem Gulagues), vá buscar homens e mulheres competentes, honestos, desinteressados e incorruptíveis, dispostos a governar para bem de todos e não em prol de determinadas castas. Enquanto pensarmos em termos de direita e esquerda, dificilmente saímos do lamaçal em que estamos metidos.
Antes de perorarmos sobre as diferentes formas de governo, convém saber o que a palavra governo quer dizer.  (Jean Jacques Rousseau.) 
O grande amor que tenho pelo meu povo, faz com que tudo me pareça fácil e respeitável. (Henri IV . 1589-1610.

António S. Leitão.

mardi 6 janvier 2015

Noite de Natal.


A noite é de neve, fria,
brilham mais as estrelinhas,
mas já pelos céus descia
o Deus-Menino e sorria
a todas as criancinhas.

Foto net.
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Foto net.
Menino Jesus, contente,
vai descer às chaminés.
E caminha docemente,
ninguém o vê, nem pressente,
dormem todos os bébés.

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Que lindas coisas doiradas,
que presentes tão bonitos,
que nem os sonham as fadas!
Abre as mãozinhas nevadas
e dá tudo aos pequenitos

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Não cabem nos sapatinhos
os brinquedos, óh Jesus!
São pequenos os pézinhos
Mas deixa bolas, carrinhos,
tudo o que é lindo e reluz!

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Amanhã, de manhãzinha
que alegres risos, contentes!
irá cada criancinha,
correndo ansiosa, à cozinha,
buscar os lindos presentes. 

(Do livro da primeira classe dos anos 50).